“A entrada no simbólico é irremediável e permanente:
estamos comprometidos com os sentidos e o político. Não temos como não
interpretar.”
Eni Puccinelli Orlandi (2000a, p.
9)
A relação
literatura-arte
Piau (2005, p. 4), ao
se interrogar sobre “Arte: que conhecimento é este?”, diferencia a obra de
arte, como “produto do trabalho humano que pode ser percebido através de sua
forma”, de arte, como “sistema de idéias [sic] que cria as condições para
formulação de juízos de valor sobre as obras”. Como ele esclarece, existe uma
construção histórica de critérios e parâmetros que permitem a realização desse
julgamento. Não sendo nem natural nem universal, o conceito de arte depende de
juízos de valor, como pontua o autor, que acusa, ainda, o fato de, na sociedade
ocidental contemporânea, a arte não ser considerada como conhecimento em prol
da cidadania.
Camargo (2005)
apresenta preocupação de certa forma análoga ao esclarecer que o conceito de
arte remete a um fazer que se inscreve nos primórdios da humanidade, como
manifestação estética. Assim, o objeto da arte, diferente da ciência, “é o
conhecimento não sistematizado, tomando-o pelo lado sensível, expressivo”
(CAMARGO, 2005, p. 127).
Piau e Camargo
articulam dentro dos territórios da Arte como área do conhecimento. Daí a
importância para eles de discutir, conceitualmente, arte e obra de arte e suas
significações na contemporaneidade. Mas o que interessa a nós, dessa discussão,
não é a arte como área do conhecimento ou como obra de arte, e sim a arte como sensibilidade,
expressão estética, forma de ver e significar o mundo, que não é desprovida do
racional, mas que é entremeada pelo sensível. Até porque, como defende Zamboni
(2006, p. 34), “não se deve deixar de reconhecer também que tanto no trabalho
artístico como no científico existe um caráter pessoal e subjetivo na forma de
trabalhar e de encontrar soluções criativas”.
Nossa proposta aqui é
de considerar a literatura infantil como arte e porta aberta ao mundo neste
sentido: sensibilidade para ver e significar de formas outras, múltiplas, em
aberto, que extravasam o logicamente estabilizado, inscrevem a contradição como
constitutiva e não como o impossível de ser aceito. O recorte que fazemos, para
pensar essa relação literatura-arte, é justamente pelo jogo de imagens entre imaginário,
verbal e visual no livro literário infantil.
Composição entre
imagem-visual e texto verbal
Vamos tomar a relação
literatura-arte como um jogo de imagens, no sentido de formações imaginárias
(projeções do empírico para o discursivo) e imagem-visual (traços de
representação não verbalizáveis), em composição com o texto verbal, funcionando
como porta aberta de ensino para o mundo.
Consideramos a
literatura infantil constituída no e pelo artístico, no jogo de textualizações
verbais e visuais que conjugam sentidos e (se)abrem a interpretações.
Para tanto,
focalizaremos a composição imagem-visual e texto verbal no contexto da
literatura, de modo a sinalizar como essa composição, no texto literário
infantil, constrói visões das realidades, no sentido de que existem realidades,
no plural, e, portanto, inúmeras possibilidades de representação e
significação.
Coito (2012), baseada
na perspectiva da Análise de Discurso, discute a ilustração do livro de
literatura infantil tendo como foco o posicionamento do ilustrador como leitor
e dele como possível autor do texto imagético. Trata-se de uma escolha
teórico-analítica e também quanto ao objeto construído, na qual reconhecemos
contribuições significativas para se compreender o funcionamento discursivo, ao
sair do reducionismo de se pensar a imagem como mera tradução ou complemento do
verbal.
Outros trabalhos tem foco
específico na imagem, buscando valorizá-la dentro da obra literária. É o caso de
um artigo publicado por alunos de graduação em Letras intitulado “A importância
das imagens/ilustrações para a literatura infanto-juvenil: compreendendo o
texto sob uma nova ótica”, de autoria de Góis, Araújo e Santana Junior (s.d.).
Apesar de considerarmos
a relevância dessas perspectivas, como especificidade de nossa proposição o que
nos interessa, para este momento, é considerarmos a imagem-visual em livros de
literatura infantil em sua composição com o texto verbal na textualização
literária, e os sentidos daí advindos como formas de significar e ver o mundo.
Pensamos em composição
na perspectiva defendida por Pimentel (2008) ao investigar a relação entre
verbal e visual em telejornais de comunicação de massa, quando compreende a
notícia sustentada e desestabilização nesse ponto de encontro. No nosso caso,
quanto aos livros de literatura infantil, por um movimento metafórico, quanto à
abordagem de Pimentel, a composição é tomada na constituição dos sentidos e na sustentação
dos efeitos do texto literário voltado a crianças como formas de ver a(s)
realidade(s).
Ressaltamos que ao não
focalizarmos a autoria no plural como objeto de estudo/discussão, no sentido de
separar sujeito-escritor e sujeito-ilustrador, mas pensando na composição
verbal-visual como resultado dessas autorias em uma (discursividade), não
estamos desconsiderando que isso seja relevante em termos de funcionamento
discursivo do literário. Apenas estamos focalizando a textualização desses
livros se fazendo no conjunto, nessa composição imagem-visual e verbal,
produzindo formas de ver e significar.
Também defendemos que a
imagem-visual nesses livros não pode ser reduzida a mero elemento ilustrativo
do texto verbal escrito – embora tal abordagem seja mais comum de se ver, como
já argumentado. Consideramos que sua composição com a escrita está em relação
direta com a poética (como conjunto da obra finalizada) e a poiética (como
processo em se fazendo) da obra literária.
Por mais que tomemos o
ilustrador do livro como um sujeito que realiza a sua leitura do texto verbal,
que pode ser diferente daquilo que foi pensado pelo autor da narrativa escrita,
o livro é formado por esse conjunto verbal-visual, e é essa relação que desafia
o leitor. Além disso, tanto na escrita quanto nas imagens visuais, colocam-se
em jogo as formações imaginárias, ou seja, as imagens que temos para além dos
lugares sociais ocupados pelos sujeitos.
Apontamentos
para um esboço de leitura(s)
Nessa perspectiva,
tentamos esboçar, sequencialmente, percursos de leitura de três livros de
literatura infantil, buscando discutir essa composição entre imagem e verbal na
construção literária, de modo a apontar como tal composição vai desenhando
sentidos para o mundo, formas de ver, de sentir e significar que podem ou não
escapar à visão racional e formal com que somos levados a estar na sociedade/em
sociedade.
A literatura infantil,
a nosso ver, sendo valorizada nesse encontro entre verbal e imagem, pode favorecer
a compreensão de que “os significados não caminham em linha reta. Eles saem da
linha, se é que se pode dizer que eles tenham uma” (ORLANDI, 2000b, p. 97).
A
CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS POR MEIO DAS IMAGENS VISUAL E VERBAL EM “ROMEU E
JULIETA”, DE RUTH ROCHA
Como já discutida a relação literatura-arte como um
jogo de imagens que funcionam como elementos produtores de determinados
sentidos em um texto literário-infantil, tentamos aqui fazer uma breve análise
da obra Romeu e Julieta (2000), ponderando-se questões voltadas às
possibilidades de visões das realidades que se constroem nessa obra; visões que
permitem ao leitor, de certa forma, levantar inúmeras interpretações. Nesta
apropriação de imagens, não obstante, há inclusive versões para ipad da obra no
site da editora Salamandra (http://www.salamandra.com.br/catalogo).
A obra de Ruth
Rocha retrata a história de duas borboletinhas que vivem em um reino onde tudo
o que lá existe se separa/divide pela cor: braco, azul, amarelo, vermelho,
verde etc. Em um canteiro de margaridas azuis, existia uma borboletinha chamada
Romeu; e em um canteiro de margaridas amarelas, existia, também, uma
borboletinha, chamada Julieta. Seus sempre avisavam para que não passeassem em
canteiro de outra cor, porque cada cor tinha de ficar em seu lugar.
Um dia,
Ventinho, amigo de Romeu, convidou-o para dar uma voltinha pelo canteiro das borboletas
amarelas; e Romeu, curioso, resolveu
aceitar o convite. Os dois foram até o canteiro das margaridas amarelas,
sem avisarem seus pais. Chegando ao canteiro amarelo, Vetinho apresentou
Julieta, uma linda borboletinha amarela, e os dois logo se tornaram amigos. Os
três, então, resolveram sair para dar uma voltinha e acabaram entrando em uma
floresta. Lá, divertiram-se, mas logo caiu a noite e eles não se lembravam mais
do caminho para casa, pois a floresta havia ficado muito diferente. Enquanto
isso, lá nos canteiros azul e amarelo, os pais de Romeu e de Julieta estavam
preocupadíssimos com seus filhos, pois são sabiam de seus paradeiros. Em meio
ao desespero, a borboleta amarela, mãe de Julieta, tomou coragem e foi até o
canteiro das margaridas azuis falar com os pais de Romeu, tentando obter
notícias de Julieta. Ambos decidiram então falar com o senhor Vento e dona
Ventania, partindo todos em uma grande busca.
Quando amanheceu
o dia, Romeu, Julieta e Ventinho viram que o céu estava cheio de cores, e ficaram
muito felizes ao encontrar seus pais e voltar para casa. Quando chegou
novamente a primavera, tudo estava diferente nos reinos... Os canteiros agora
exibiam uma mistura de cores: margaridas, cravos, rosas, miosótis, dálias
cresciam juntas e misturadas, e brincavam todas em uma grande harmonia.
O breve resumo
situa que a obra trabalha com a temática “relações interpessoais”. A própria
questão do preconceito, que, de certa forma, caracteriza os pais de Romeu e de
Julieta, também entra em cena, quando alertam os filhos: “Não passeiem por
canteiros de outra cor! Pode ser perigoso”. Eis uma grande metáfora que
problematiza as relações entre raças/etnias: no início da história temos
situações limitadoras e preconceituosas; mas com o desenrolar da história, por
exemplo, no momento em que as borboletas de cores diferentes brincam entre si,
entendemos que a autora aborda de temas como respeito, igualdade e
conscientização de que todas as pessoas são especiais e suas diferenças as
tornam únicas.
Com o intuito de
chamar a atenção da criança para as relações interpessoais, a autora trabalha
intertextualmente com a obra de mesmo título de William Shakespeare,
proporcionando aos pequenos contato com obras universais de forma descontraída
e com linguagem adaptada para o mundo infantil. Mas não só a linguagem: a
imagem aqui é fator primordial nessa grande caracterização de conceitos,
metáforas e alegorias temáticas. Não é mera coincidência várias editoras terem
se lançado na empreitada de publicar a obra, como vemos:
Edição
da Editora Ática (2000) – Ilustrações de Cláudio Martins
Edição
da Salamandra, com ilustrações de Mariana Massarani
Dessa forma, as
cores das borboletas funcionam como instrumento material que personifica a
temática e mostra, de forma criativa, a diferença entre os seres. Com as
imagens há associações entre, por exemplo, seus coleguinhas e situações por
eles vivenciadas, seja na mistura das cores de tinta, que o tema sugere
superficialmente, ou com as cores das borboletas funcionando como gatilho de
raciocínio para as crianças perceberem a diversidade que as circundam ao
exemplificar que pessoas, cores, línguas, raças, etnias se misturam e se
harmonizam.
Ainda com o
propósito de despertar interesse no infante para que ele também imagine, se
conscientize e crie histórias de sua própria autoria, percebe-se que a história
acontece com diálogos feitos por seres da natureza, logo ela também adquire
caráter fabular, com conteúdo
moralizante. E por serem borboletas, ficamos com a ideia de transformação,
transcendência e renovação. Essa é a mensagem.
VIVINHA, A
BALEIAZINHA
Vivinha a baleiazinha,
publicada em 2007 por Ruth Rocha, com ilustrações de Mariana Massarani, narra
em terceira pessoa temas como o preconceito e o porquê de dizer não ao bullying
assunto polêmico e em voga na realidade da comunidade escolar. Se
aportuguesarmos, o termo pode equivale ao verbo "bulir", que de
acordo com o dicionário Houaiss é sinônimo de "mexer, causar incômodo,
fazer caçoada, zombar entre outros".
Conta
a história que uma baleia passava seus dias em profunda tristeza pelo fato de
ter nascido diferente dos outros seres do mar. Ela era toda estampada, com
bolinhas, listras e flores. Pois na narrativa Vivinha sofria uma espécide bullying
e devido à falta de respeito, evitava se relacionar com os outros.
Imagem
– Capa da edição de 2007 de Vivinha, a
baleazinha
Entretanto, sua
história começa a mudar no momento em que um produtor precisa de alguém
diferenciado para estrelar um filme dirigido por ele, e descobre Vivinha, que a
partir de então passa a ditar moda. Todos querem ser como ela. A autora faz uma
série de discussões, levantando, principalmente, o questionamento: o que leva
as pessoas a agirem com as outras dessa forma? Eis um assunto a ser trabalhado de
forma lúdica em sala de aula. Aqui importa dizer que as ilustrações não só
dialogam com o texto, mas se impõem como fator primordial da mensagem autoral.
Os elementos imagéticos chamam a atenção das crianças em vários sentidos.
Vigostsky, em seu célebre Pensamento
e linguagem, considera a comunicação intrapessoal o elemento essencial para
o desenvolvimento do pensamento. Para ele, a linguagem se inicia pelo uso
social, de contato com outros seres humanos. A partir disso, a criança
desenvolve a fala egocêntrica, e em seguida a leitura. Luis
Fernando Herbert Massoni, no artigo Ilustrações
em livros infantis: alguns apontamentos, explica que a ilustração é um
artifício peculiar utilizado nos livros infantis para chamar atenção das
crianças, além de também ser uma imagem que pode substituir um texto,
ampliá-lo, adicionar a ele informações, ou também questioná-lo. Neste contexto,
Ruth Rocha, ao executar a história, cria uma baleia estampada para trabalhar
com questões polêmicas de um modo sutil
Massoni ainda
destaca que as ilustrações, como instrumentos de formação dos leitores na
infância, são utilizadas para fazer com que a criança ligue à história. Não é
por acaso que a contribuição do ilustrador torna-se tão destacável quanto a do
autor no livro, de tal modo que quando analisamos uma história infantil não
podemos desconsiderar as ilustrações nela presentes – justamente para que não
se omitam elementos do discurso.
Diante de tais
conceitos, é mais do que visível que Ruth Rocha usou de elementos imagéticos de
forma criativa e perspicaz, pois qual o melhor meio para se falar de bullying e
de diferença senão com a figura de uma baleia estampada?
RUTH ROCHA: O AMIGO DO REI
Ruth Rocha, eleita para
a cadeira n°38 da Academia Paulista de Letras, tem formação em Sociologia e
atua há longos anos área de educação. Essa mescla de visões parece ser o motor
propulsor que guiou a autora a escrever obras das mais importantes na literatura
infantil brasileira, a exemplo de Marcelo,
Marmelo, Martelo; O Pintinho que
nasceu quadrado; Romeu e Julieta;
e O amigo do rei. Na
obra O amigo do rei, publicada em
2009 pela Editora Salamandra, retrata dois meninos de raças diferenciadas:
branca e negra, que nasceram em lugares diferentes e, portanto, vivenciam
distintas realidades: o personagem Matias, escravo, nasceu na senzala; e o
personagem Ioiô, livre, nasceu na casa-grande da fazenda.
Imagem
1
– Capa da edição da Ed. Salamandra, 1999 (Col. Vou Te Contar).
No decorrer da história, os personagens
tornam-se amigos e um ajuda o outro nas necessidades que acontecem no caminho.
O personagem Matias torna-se rei de sua aldeia; e Ioiô leva adiante essa
amizade durante toda sua vida.
O que chama atenção na história é que
Ruth Rocha trabalha com o fato de que os amigos lutam juntos pela vitória da
liberdade. Na despedida, ápice do pathos da
narrativa, os personagens se despedem com emoção:
Um
dia a gente se encontra, quando o meu povo não for mais escravo.
E Matias voltou para a sua aldeia e muito
lutou por sua gente. Para que ninguém fosse escravo nunca mais. Muitos lutaram
também, lado a lado. Muitos negros, mulatos e brancos. E entre eles, Ioiô: o
amigo do Rei.
A
autora propõe trabalhar com uma temática visceral da realidade brasileira: o
combate ao preconceito de raça. Para a criança leitora, fica a mensagem: “todos
somos iguais”, apesar de desde muito cedo vivenciarmos a diferença entre as
classes econômicas. Ruth Rocha enfatiza a questão do respeito ao próximo, da
ética e do convívio social diário.
As imagens retratadas
na obra são de grande interesse para os leitores infantis, em especial pelo
desenrolar do enredo, notado no diálogo entre os personagens:
Matias, às vezes, contava a Ioiô:
Sabe, Ioiô? Eu
não vou ser escravo sempre, não. Um dia eu vou ser Rei...
Ioiô ria: Como é isso Matias?
É o que os escravos dizem...
Que lá na nossa terra meu pai era um grande Rei. E eu vou ser Rei,
também.
Ioiô não acreditava: Só vendo.
Matias insistia: Vai chegar o meu dia...
Aqui, vemos a noção
histórica e de relação do dominante/dominado descrita de um modo simples e
eficaz. De fato, O amigo do rei
promove a criatividade, a criticidade e a sensibilidade do pequeno leitor, que
motivado por palavras positivas, também é enriquecido pelas possibilidades
semânticas, sintáticas e fonéticas da língua materna. Em outras palavras, as
crianças aprendem brincando o idioma
e a história de seu povo.
Conclusão
Nota-se que, no percurso das
obras analisadas Vivinha a Baleazinha, O
Amigo do Rei e Romeu e Julieta de Ruth Rocha, prevalecem diferenças
sociais, raciais, étnicas e culturais dos personagens. A autora recria cenas
que coincidem com situações experimentadas pelas crianças, aliadas aos detalhes
das ilustrações que realçam ainda mais o grau de empatia que texto propõe,
adquirindo um caráter identificador para quem o lê.
Em Vivinha a Baleazinha, a autora apresenta uma personagem disposta a
interagir com o mundo em que está presente mesmo com o suposto entrave de sua
pele estampada, que na realidade demarca o quanto ela é exuberante, e como se
dá sua adequação no espaço em que convive o qual leva os outros animais
marinhos perceberem como ela deve ser respeitada. Em Vivinha é permitido através das ilustrações as crianças ensaiarem
reflexões sobre: como o mundo é colorido e diversificado?, O que seria de nós
sem a alegria das cores? Como as pessoas seriam se nossa pele, por exemplo,
exibisse apenas uma tonalidade de cor? São questões simples, pequenas, mas já direciona
a criança no caminho da reflexão.
Já em O
Amigo do Rei, os
personagens Ioiô e Matias demonstram como a escravatura interferia nas relações
de amizade entre negros e brancos, e como eles superaram as imposições sociais
da época de forma inusitada e
corajosa, além disso, a autora
presenteia as crianças com ilustrações que tiveram como fonte o pintor
Rugendas, grande mestre que percorreu o Brasil em busca de cenas autênticas do
cotidiano brasileiro, principalmente o dos negros.
Por fim, Romeu e Julieta costura todas as idéias acima elaboradas, com a
união dos insetos nos canteiros. Esta união salienta aos pequenos a
preciosidade do ompanheirismo e a confiança no próximo, tudo isso demonstrado
em ilustrações que demarcam grande parte do livro para o estímulo do sentido
visual e criativo das crianças, incentivando-as a brincarem entre si e para si
com a pintura e também a escrita, o que possibilita a descoberta do quanto são
capazes de criarem suas próprias histórias, e tornarem-se pessoas inspiradas
pelo espírito artístico literário.
Para encerrar fica a sugestão de
atividades relacionadas com as obras O
Amigo do Rei e Romeu e Julieta,
juntamente com o link do site Prosa dos Ventos esse destinado a divulgação de
histórias, contos folclóricos, contação de histórias, teatro e muito mais
relacionado ao mundo literário infantil.
O Amigo do Rei: http://www.modernaliteratura.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A7A83CB30D6852A01318FDFBED17DB6.
Prosa dos Ventos: http://ciaprosadosventos.blogspot.com.br/2009_09_13_archive.html.
Romeu e Julieta: http://www.modernaliteratura.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A7A83CB30D6852A01318FFDD6305529.
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COITO, Roselene de Fátima. A ilustração:
da materialização do interpretável. In: NAVARRO, Pedro: POSSENTI, Sírio
(Orgs.). Estudos do texto e do discurso:
práticas discursivas na contemporaneidade. São Carlos: Pedro & João, 2012.
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GÓIS, Gisele de Santana; ARAUJO,
Grazielle de Menezes; SANTANA JUNIOR, Valdson José de. A importância das
imagens/ilustrações para a literatura infanto-juvenil: compreendendo o texto
sob uma nova ótica. Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=A+IMPORT%C3%82NCIA+DAS+IMAGENS%2FILUSTRA%C3%87%C3%95ES+PARA+A+LITERATURA+INFANTO-JUVENIL%3A+COMPREENDENDO+O+TEXTO+SOB+UMA+NOVA+%C3%93TICA&oq=A+IMPORT%C3%82NCIA+DAS+IMAGENS%2FILUSTRA%C3%87%C3%95ES+PARA+A+LITERATURA+INFANTO-JUVENIL%3A+COMPREENDENDO+O+TEXTO+SOB+UMA+NOVA+%C3%93TICA&aqs=chrome..69i57.1088j0j8&sourceid=chrome&espv=210&es_sm=93&ie=UTF-8.
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PANOZZO, Neiva. Literatura Infantil: uma
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Martins Fontes, 1993.
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Campinas: Autores Associados, 2006.
GT 4
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