segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Mitos e Cidades Brasileiras na Lit. Inf. Indígena

  Os livros “Os óculos do pajé” de Niminon Suzel Pinheiro e “O curumim que virou gigante” de Joel Rufino dos Santos retratam mitos indígenas com uma linguagem simples e clara, própria para agradar as crianças e facilitar a compreensão da história. 

  “Os óculos do pajé” é a história de um pajé que estava desesperado, pois os índios de sua tribo Guarani estavam sofrendo com a gripe e o sarampo. Em sonho, o pajé recebe óculos com a qual ele pode enxergar o invisível, porém ninguém vê os óculos do pajé, só ele. Então, os óculos proporcionam ao pajé e ao seu neto, a visão de caos em que o homem branco vive: enchentes, doenças e o calor. Quando os dois enxergam uma árvore chorando, o pai do mato revela aos dois que aquilo que viram era fruto da ganância do homem branco que não respeita a natureza. 
 
  Nesse ponto, podemos perceber uma preocupação em transmitir um ensinamento às crianças por meio do livro: a educação ambiental e a preservação da natureza.Depois da visão, pajé e neto voltam para a tribo. No caminho, encontram um homem branco que estava procurando a aldeia. Eles vão juntos para a tribo e lá, o pajé diz que os índios vão para o leste, porém o homem branco os convida para morar na aldeia Araribá. Nesse momento, o pajé sopra a fumaça da fogueira e a fumaça forma um grande óculos. Todos podem ver o oeste, onde a terra se incendeia e os homens morrem juntamente com as plantas e animais. Em contrapartida, no leste todos vislumbram uma floresta muito bonita repleta de animais em harmonia com a aldeia indígena. Diante da visão, os índios agradecem a oferta do homem branco e decidem ir para o leste. Ao partirem, entretanto, esquecem o Santo São José na cabana, anos mais tarde um mineiro encontra o santo na cabana e no local é fundada a cidade de São José do Rio Preto.
 
  “O curumim que virou gigante” tem um enredo menor que conta a trajetória de Tarumã, um curumim que desejava ter uma irmã. Os pais nunca realizaram o desejo do filho, então o menino passou a imaginar como seria a irmã. O problema é que o pequeno índio falou para os amigos sobre a irmã, assim todos queriam conhecê-la e ele inventava vivia inventando desculpas para explicar o fato de nunca mostra-la a ninguém. 
 
  Todos os amigos de Tarumã duvidavam dele e por isso ele decidiu sair andando pelo mundo. Até que na beira do mar, ele deitou de costas e virou um gigante. Segundo o mito, quando você chega ao Rio de Janeiro, pode ver o curumim: o Morro do Corcovado é Tarumã deitado olhando uma estrela que é a irmã que ele tanto desejava.
 
  Os dois livros abordam mitos acerca de cidades brasileiras. Isso é muito interessante para aumentar a bagagem cultural das crianças, além de estimular a fantasia e a imaginação. 
 
  “Os óculos do pajé” , apesar de seu cunho educativo, é muito rico na descrição de costumes e crenças indígenas. “O curumim que virou gigante” focaliza apenas a lenda, sem adentrar nos costumes do povo. No entanto, os dois livros são modelos claros do que há de mais comum na literatura infantil indígena: narrativas ancoradas em lendas desse povo.



 


REFERÊNCIAS
 
PINHEIRO, Niminon Suzel. Os óculos do pajé. Ed. Ativa. São José do Rio Preto, 2003.
 
SANTOS, Joel Rufino. O curumim que virou gigante. Ed. Ática. São Paulo, 1985.

Grupo 1: Literatura Infantil Indígena

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